Como será o futuro da função de compras em 2030? (Parte 3 – Competências)

Como será o futuro da função de compras em 2030? (Parte 3 – Competências)
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Depois de abordar as perspetivas e a preparação necessária da função de compras para a era digital, Michael Page e a Procurious dedicam agora a 3.ª parte do seu estudo* ao tema das competências. Na função de compras, quais são as competências que podem ser substituídas ou automatizadas com as novas tecnologias e quais são as que continuarão a ser intrinsecamente humanas?

Função de compras em 2030: automatização vs. humanização

Há uma década, as grandes decisões estratégicas na função de compras giravam em torno de duas abordagens: externalização/internalização e centralização/descentralização. Esta visão deixou de fazer sentido atualmente. Para 52% dos inquiridos, a grande questão estratégica prende-se com a escolha e o equilíbrio entre automatização e humanização.

Os gestores de compras devem distinguir entre tarefas que devem ser assumidas por pessoas e aquelas que podem ser realizadas pelas novas tecnologias. Existem determinados processos de compras que podem ser codificados e automatizados, mas as relações humanas e as tarefas associadas à função de compras daí resultantes não podem ser substituídas por uma máquina, nomeadamente a colaboração, a inovação, o conhecimento da experiência do cliente, o compromisso com as partes interessadas e parceiros, etc.

A função de compras em 2030: as competências essenciais

Os autores do estudo modelizaram a potencial automatização das competências essenciais para a função de compras.

Conforme abordado na parte anterior, as competências estratégicas e relacionais são as menos suscetíveis de serem automatizadas, sendo as três mais importantes as que estão relacionadas com:

  • A determinação das necessidades dos clientes internos
  • O desenvolvimento de uma estratégia de compras
  • A criação de valor para as partes interessadas

Por outro lado, o estudo destaca as competências mais suscetíveis de serem automatizadas, que incluem, em particular:

  • A recolha e análise de dados
  • A realização de estudos de mercado
  • A utilização de ferramentas e tecnologias de compra

Importa não esquecer que a automatização já é um processo em curso e que, nalgumas empresas, essas competências já são geridas por sistemas de inteligência cognitiva ou artificial.

A função de compras em 2030: as competências comportamentais

Os autores modelizaram outra variável: a potencial automatização das soft skills ou competências comportamentais, que são essenciais na função de compras, e os resultados são ainda mais surpreendentes.

Embora algumas competências comportamentais permaneçam intrinsecamente associadas ao ser humano, tais como a capacidade de estabelecer relações, a capacidade de influenciar outras pessoas, a criatividade e a inovação, os inquiridos identificaram quatro competências importantes que poderiam ser automatizadas, sendo algumas delas surpreendentes. São elas a comunicação, a resolução de problemas, a liderança e a negociação.

Não obstante, as novas tecnologias têm os seus limites. Embora já existam robôs avançados com capacidade para manter conversas relevantes e estejam a ser desenvolvidos sistemas de reconhecimento de expressões faciais, os profissionais ainda hesitam em atribuir a estes novos sistemas tarefas que vão além da comunicação “de rotina”. Por exemplo, redigir uma mensagem de correio eletrónico delicada não está ao alcance da tecnologia, que não consegue, por enquanto, expressar empatia.

Quanto à competência de liderança, Hugo Britt, Diretor de Conteúdos da Procurious, relativiza o otimismo:

“É de alguma forma preocupante constatar que a “liderança” é considerada uma competência suscetível de ser automatizada. Se chefiar pessoas consiste simplesmente em acompanhar o seu progresso e o seu desempenho, esta função poderia perfeitamente ser assumida por um software. Porém, os verdadeiros líderes possuem um vasto conjunto de competências comportamentais, incluindo a capacidade de motivar pessoas, inspirar, liderar pelo exemplo e demonstrar uma verdadeira preocupação pelo bem-estar da sua equipa.”

Os resultados deste estudo mostram-nos queé fundamental acompanhar a evolução da função de compras e apostar na aprendizagem contínua, a fim de antecipar as necessidades desta função e garantir que as nossas carreiras sigam o rumo certo.

Estudo realizado junto de 590 profissionais da área das compras

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